Senso De Nação: A Utopia (Impossível)* do Brasil.

*Utopia neste título, é um Ideal Supremo, Um Delírio. O Impossível, é o inalcançável, que está longe de qualquer possibilidade humana (realização, seja qual for o objetivo). 

Assistindo o seguinte video do Programa Entrelinhas (clique no grifo para acessar o video) da TV Cultura, imagino que vou jogar, como dizem por aí, merda no ventilador, por que, literalmente, não Consigo concordar em praticamente NADA com o senhor Jaime Pinsky, entrevistado, e que o tempo todo apenas enaltece o mercado de livros didáticos brasileiro.

Aquele que diz que o livro no Brasil não é caro, não só “mente”, como também tenta, através da “edição implacável” televisiva, descontrair quem assiste para fatos muito derivados diante de uma situação emergencial negligenciada e que por sua vez, apenas ressalta uma linha de pensamento conservada a séculos, desde que a burocracia (até editorial) passou a fazer parte do Brasil: Aquilo que é visto como política, iniciativa ou efetivo progresso humano (que pode melhorar nossa convivência enquanto pessoas e nossa consciência, enquanto país), está fora de cogitação, principalmente e quando passa pela visão e cotidiano (direto) da população brasileira jovem: Dos 6 aos 25 anos de idade.

Quando a internet é citada na maior parte das matérias já vistas até hoje, ela é alvo banal dos próprios veículos, (que jogam na grande população sem forte consciência crítica, a culpa pelo seu mal uso e proliferação da pirataria e outras formas reconhecidas como crimes virtuais) que essa nova mídia informativa e revolucionária, não presta, é apenas usada como uma “brincadeira” para jogos, por pessoas desinformadas e iniciativas mal intencionadas: – Eu questiono: As editoras não possuem sites na internet para divulgação de seus produtos, serviços e acervos? E Por sua vez, o senhor Jaime Pinsky, não está com seu discurso também sendo emitido dentro da rede mundial de computadores?

O Grande problema é que o conceito de juventude no Brasil só serve para erotizar o corpo da mulher nas grandes propagandas e vender produtos sob ordens (inconscientes) que respondem por padrões, aparentemente baseados em uma norma que rege a sociedade: O que nós somos? País, sociedade, nação? Tudo isso, mas, é muito mais direto, simples e verdadeiro, assumir que somos uma nação e que esses movimentos (anti-juventude), só servem para manter uma política mofada que não se preocupa com os novos adventos que criam paradigmas (questionamentos) que ao contrário de elucidar questões, apenas pioram nossos problemas, pois, são poucos os que sabem lidar, próximo do que é adequado nas mudanças (na internet por exemplo), assim como, temos uma série de políticos que se favorecem desde 1980 (com o fim oficial da ditadura) do dinheiro público, utilizando seus despreparos e descompromissos sob uma nação (nós) que infelizmente, não se compreende enquanto País, mas insiste em produzir aquilo que gera capital financeiro em detrimento do que aparentemente nos melhora, sem saber qual a real intenção do que está sendo produzido, e sem ter uma grande parcela disso, investida em iniciativas culturais, educacionais, que de fato, transformam em curto e longo prazo, este péssimo panorama.

(Livro de Stephan Zweig, Famoso Escritor Alemão, Que Viveu muito tempo no Brasil e que nas mãos do Diretor Sylvio Back, Ganhou uma cinebiografia “Lost Zweig”).

 Não é apenas a tiragem, ou a população que não quer ou não lê. Livros como Harry Potter que já saem em tiragens de 380 MIL exemplares de uma vez (desde seu Quinto Volume), ao custo de (aproximados) 70 reais no lançamento, na maior parte das editoras e Livrarias do Brasil.  Estes lançamentos não podem ser apontados exclusivamente como “culpados” pelo alto preço cobrado, nos próprios Best-Sellers (note nas principais listas de jornais e revistas, que em sua maior quantidade, os Best-Sellers são Estrangeiros) e até em Livros Clássicos da nossa literatura: Isso abre espaço para o seguinte questionamento:

E aí? É a culpa do governo que não dá assistência ou não planeja a escola? A população é historicamente desinformada e desinteressada? Ou uma pequena parcela de empresários donos de editoras e  livrarias que cobram o valor 6 vezes ou até 9 vezes mais caro na edição de um livro em seu Lançamento, ou até meses depois? Tudo me parece uma grande Bobagem com o objetivo de tirar quem assistiu o programa e até, o corriqueiro leitor (do foco central e prioritário desta complicada questão).

O livro no Brasil é caro, por que é esse o custo da manutenção do analfabeto, do ladrão, da puta, do desinformado e da nossa ignorância e falta de consciência enquanto Nação. Não encontramos com muita facilidade vários clássicos nas estantes, sem que estes tenham sido em poucos casos, distribuídos em Bienais, escolas, passeatas ou até por iniciativas privadas  (como a do Banco Itaú, que investiu recentemente em “Contações” de estórias Infanto-Juvenis), além do agravante de edições mais baratas, custarem, no mínimo, 14 reais, como é o caso da L&PM Editores, que ao lado da Martín Claret, sofre muitas críticas, por algumas das suas traduções, nem sempre, terem uma boa organização e fidelização textual. Mas alguém poderá questionar: Procure Sebos. Sim, os sebos são uma alternativa valiosa para encontrar livros em edições usadas em bom estado que custam muito mais barato, entretanto, em diversos casos, é até possível encontrar livros com valor mais alto do que os que são vendidos na livraria, além do estado de conservação não ser muito atraente: Nós temos que manter nosso interesse na leitura, sem que este pareça uma obrigação como as grandes matérias televisas insistem em pautar quando falamos de educação básica na escola, e quando este “ensino” passa pela ótica das obras literárias de Machado de Assis ou de Drummond: Precisamos que as bibliotecas públicas tenham seus acervos em excelente conservação, uma distribuição e divulgação maior das iniciativas públicas na televisão, convidando o público a visitar estes espaços, e tornar a escola um ambiente adequado à realidade de crianças e jovens que encontram um panorama, muitas vezes, desmotivador de aprendizagem, leitura, acessibilidade, laboratórios e acesso à internet. A escola deve ser vista como instituição Máxima para o desenvolvimento da nação e enquanto leis rígidas não estiverem julgando o descaso de pais e do próprio governo (políticos e suas respectivas regiões administradas), na sua má execução e planejamento da própria escola enquanto ambiente inicial da vida de qualquer ser humano, infelizmente, no futuro, enfrentaremos problemas sérios relacionados à violência, preconceito racial, homofobia, machismo e deteriorização de um “ambiente familiar” sob o contexto afetivo, não sob apenas o contexto hetero-normativo.

 O Segundo Ponto no Video, que serve como alvo das minhas Críticas, mas enquanto também, leitor e consumidor (sim, pois literatura é indústria) é o contexto do livro enquanto produto, ainda que suas implicações artísticas estejam em outro tipo de discussão:

O interesse de grandes “corporações”, como a Editora Globo ou o Instituto Millenium (que não é uma instituição privada, mas necessita de investimentos dentro dessas iniciativas para sua manutenção) por exemplo, é justamente ter na sua responsabilidade a manutenção de dados, o histórico do autor e diversas edições que podem ser lançadas ou não futuramente. Dependemos em quase todos os níveis na “indústria cultural” brasileira de iniciativas privadas com interesses dúbios para lançar ou não esses livros e vários desses interesses (econômicos) acabam ganhando ramificações dentro do próprio governo, o que não gosto de chamar como, mas é o que fica conhecido enquanto “Sistema”. E novamente, ainda que aleguem que o custo de edições de autores clássicos do Brasil ou que o interesse neles sejam pequenos, só podemos levar em consideração que no Brasil, O Governo Federal, junto ao Ministério da educação, não estão preocupados com o fato da população ter ou não interesse nessa literatura, mantendo grandes coleções sobre Machado de Assis, Aluísio Azevedo, Ariano Suassuna, Raquel de Queiroz, Drummond, Olavo Bilac, entre muitos outros, com valores caros: Na Europa, autores clássicos recebem um enorme LEQUE de edições, sejam as famosas Paper que são super acessíveis, com uma média de preço de 6 dólares ou 4 Euros, até edições mais caras, conhecidas como edições de Luxo, que aí, devidamente, reconhecemos o trabalho de montagem de um livro, que não servirá apenas para leitura, mas para ser compreendido enquanto patrimônio, ou até que envolve o trabalho de uma instituição e de pesquisadores, o que justifica um valor mais caro, mas, é mantido o valor da edição mais acessível como forma de incluir a maior parte de leitores possíveis: NADA NO BRASIL, QUE É REFERENTE à ARTE, CULTURA, EDUCAÇÃO, CIDADANIA E CONSCIÊNCIA COLETIVA (PERANTE AO PAÍS QUE SE VIVE) É INCENTIVADO NOS GRANDES VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO.

Ponto Três, pois estou comentando pontos “x” desse video enquanto assisto: Compram-se livros didáticos demasiadamente, para acontecer isso: Livros Encontrados no Lixo na Grande São Paulo (clique aqui para ler a matéria). Com o valor investido e mal administrado, abrem-se frestas para corrupção (entenda o termo em diversas instâncias, não apenas o fato de usar dinheiro público para tirar proveito), Além do quê, O Português é a 5 língua mais falada no mundo, aprox. 240 Milhões, dados cedidos pelo órgão responsável pelo acordo firmado que irá unificar a língua portuguesa (O Decreto Presidencial nº 6.586, de 29 de setembro de 2008, determina a implementação do Acordo Ortográfico a partir de 1º de janeiro de 2009 no Brasil, estabelecendo período de transição de 1o de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012).

 Não é por boa vontade que estão vendendo mais livros para cá, é visando o lucro independente de como os livros serão devidamente distribuídos e as vezes, sequer são utilizados. Por outro lado, é justamente por iniciativas privadas (tais como as da Editora Globo,  e o Instituto Millenium – que consegue fundos através de empresas como Gerdau), que autores (as), como Huxley, Ayn Rand (passou mais de 23 anos sem novas edições no Brasil, só voltando ao mercado ano passado), Ray Bradbury, continuam sendo lidos: edições muito mais baratas que já saem das editoras em papel e visual atraente, edição devidamente revisada e com custo muito baixo. Não apenas posso citar a europa como exemplo, ou USA, mas a Argentina e o Chile, tem um mercado editorial muito mais amplo, sendo inclusive, Argentina, um país muito menor, mas, com muito mais editoras, livrarias e Bibliotecas que o Brasil – Fonte).

Não gosto de utilizar termos “políticos” nessas conclusões e nesses questionamentos, mas, o Brasil gosta do Imperialismo apenas para ter dinheiro, porém, continuamos na lama quando pensamos em nos desenvolver enquanto nação, diferente dos Estados Unidos, que apesar da sua suja política militarista e baseada na exploração do petróleo, desenvolve uma consciência que se “Protege” (ainda que negativamente) de valores externos, sendo visto como “melhor”, soberano e mais desenvolvido, justamente por que EXPLORA, mas investe no campo de desenvolvimento sócio-cultural da população Estadunidense. Não sei até que ponto ou até qual ano, essas medidas que pensam nosso país apenas enquanto celeiro lucrativo irão existir, mas, é justamente essa corrupção de valores e ausência de educação ou preparo e incentivo à consciência crítica e análise que impedem o crescimento do país enquanto Leitor, estudante, (que ainda mantem excluído o autodidata), militante político apartidário e que irão exercer o orgulho que podemos ter à nossa bandeira baseado numa leitura não própria apenas da literatura (em geral), mas também, uma leitura crítica e visionária, imaginativa, da nossa realidade enquanto povo que precisa evoluir e crescer diariamente.

O Brasil precisa entender, enquanto “nação” que não está sozinho, que ideias inovadoras, não mais irão existir apenas na Europa (que é um continente muito mais antigo), mas que podemos com toda possibilidade de criação, já provada através de diversos artistas consagrados, que somos, à longo prazo, uma nação criativa, forte e que ao lado dos nossos parceiros no continente, poderá apresentar novos modelos de política, política ambiental, educação e até de valores humanos (seja lá qual for sua maneira de ver tais valores).

Se eu quiser estabelecer algum tipo de meta, que indique alguma melhora na nossa situação, eu diria que a primeira mudança drástica, deve começar, no fato das pessoas olharem mais pra si, não no sentido egocêntrico, mas enquanto agente transformador do “todo” com as ferramentas que existem dentro da própria casa: a possível união, o estudo, a análise, a dúvida, a não aceitação de paliativos, e entender que nem tudo é imediatado, premeditado ou que foi concebido para apresentar uma solução clara, óbvia: a análise de tudo que nos cerca é o primeiro caminho nessa complicada questão, que já larga a muito a nossa dependência “enquanto ex-colônia” para olharmos os exemplos de países irmãos e vizinhos como Colômbia, Venezuela, Argentina e Chile, que já apresentam medidas claras, reformas e protestos para mudar a situação não apenas dos seus próprios países, mas do continente Sul-Americano, e que tudo isso, surgiu, a partir de uma leitura, literária e contextual.