Coluna: Impressões

O Rei da bagunça!

Olá, tudo bem com vocês?

Usarei esse espaço do blog para relatar o que o próprio título já diz, pequenas observações em filmes, livros, quadrinhos, videoclipes ou discos/singles  lançados ou já clássicos, será seguido de uma crítica, que pode variar entre “rica em detalhes” ou “muito simples”. Essas serão as notas dadas, tentarei iniciar esse processo sem garantias de que isto será “fidelizado”.

Aguardem outras novidades no blog, uma grande etapa de retomada! E os textos que tanto prometo e que finalmente irão ao ar rs.

Abraços e Beijos.

“Maiores” Obras/Séries Infanto – Juvenis dos Anos 2000 – Parte II

Hugo cabret

Feliz 2012!

Dando Continuidade a essa Lista complicada de adotar iniciada em 2011, finalmente irei Concluir a Segunda Parte desse Especial Sobre Literatura Infanto-Juvenil e os livros que mais se destacaram no mercado editorial, pelo público, pela quantidade de livros vendidos e principalmente pela qualidade, ainda que essa relação não esteja diretamente ligada, ou que de fato, cada um dos livros citados faça parte desse “top 10” oficialmente.

Sexto: Onde Vivem Os Monstros

Onde Vivem Os Monstros

“Na história escrita em 1963, o garoto Max, vestido com sua fantasia de lobo, faz tamanha malcriação que é mandado para o quarto sem jantar. Lá, ele se transporta para uma floresta, embarca em um miniveleiro, navega pelo oceano, até chegar numa ilha, onde vivem os monstros. Com o seu olhar firme, consegue dominá-los e é coroado rei. Max, então, fica livre para mandar e desmandar, longe de regras ou restrições. Mas, quando a saudade de casa e daqueles que realmente o amam começa a apertar o peito, Max fica em dúvida sobre suas escolhas”.

Curiosidade: Com esse tocante enredo já vendeu 18 milhões de exemplares, sob cálculos recentes, apenas nos Estados Unidos, e ganhou uma recente adaptação ao cinema, com trilha sonora composta por Karen O. do Yeah Yeah Yeahs. Está listado principalmente pelo enorme tempo e durabilidade de sua relevância no mercado editorial e pela eficiente narrativa, que ainda em pequenos detalhes, aborda bem o imaginário de um pequeno garotinho, tendo que lidar com sérias questões como autoridade, obediência, estudo, amizade  e sobre o amor fraternal.

Quinto:  O Pequeno Príncipe e o Amor do Pequeno Príncipe. 

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O Pequeno Príncipe costuma dispensar apresentações nas mais diversas listas de leitores, autores e Miss Beleza que por aí existem. Algumas pessoas costumam apontar esse livro como “o melhor exemplo de enigma do envelhecimento” pois costuma-se ter uma visão muito diferente do que você já teve ao ler aos 15 e 10 anos depois. Obviamente que esse contexto vale para quase tudo na vida de uma pessoa que costuma fazer balanços em sua existência. Também é alvo de diversas polêmicas sendo considerado literatura água com açúcar e filosofia barata: nesse ponto, devo questionar que o fato de ser visto dessa forma (ao trazer reflexões inocentes, porém, carregadas de mensagens subjetivas – algo que boa parte dos acadêmicos de filosofia com o qual tive contato odeiam), desconforta quem faz parte das linhas mais radicais do pensamento dito “transcendental” filosófico, mas não deixa de ser válido a quem não teve acesso aos meios mais específicos da área, sendo então (ou podendo)   ser considerado extremamente filosófico, já que a realidade é vista por um pequeno menino que viaja pelo universo e justamente com esse clara alusão ao medo de envelhecer, a ótica da criança deve ser suave e não menos necessária.

Curiosidade: Já em “O amor do pequeno…”, é bem clara a amargura de Exupéry por alguém que já amou muito e o livro, apesar da simplicidade, é bastante comovente.

Quarto: A Invenção de Hugo Cabret

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Nas mãos de Brian Selznick, essa obra  gigantesca é uma excelente e belíssima homenagem a história do cinema mundial, passada na ótica de uma criança (Hugo), que precisa descobrir a misteriosa mensagem transmitida por um autômato. Brian, que é design de formação acadêmica, começou a se dedicar aos livros muito mais por curiosidade do que tendo certeza que iria ser um fabuloso sucesso. Recentemente, o enredo passado na Paris de 1930, foi adaptado ao cinema por Martin Scorsese, excelente mestre do cinema autor de obras como Táxi Driver e Touro Indomável. Agora com as facilidades do “3D”, Scorsese exprime em seu filme, além da fidelidade, uma rica e soberba homenagem aos filmes mais expressivos do Georges Méliès tanto quanto aos irmãos Auguste e Louis Lumière

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Brian Selznick: De simples Designer a autor consagrado de livros infanto-juvenis. Merecidamente. 

Curiosidade: Na adaptação ao cinema, poucos frames dos filmes mudos foram convertidos ao 3D, causando uma sensação de profundidade ao espectador. No site oficial do autor é possível conhecer seus outros trabalhos que também são muito ricos em imaginação! 

Na parte final do texto, vocês poderão encontrar maiores informações sobre as obras citadas, fazendo um forte levantamento sobre as novidades que estão surgindo no mercado editorial e sobre os livros que na minha consideração, estão nessa lista, ainda que seja injusta e bastante “ineficiente” pois jamais devemos medir a qualidade das obras decidindo em quais lugares elas estão. São sempre válidas, levando em conta a faixa de idade que será atingida (no caso, o público infanto-juvenil), além da complexidade da formação de cada um nesse período: portanto, nada melhor que um bom livro para formar um novo leitor ou leitora, seja qual for seu título, desde que esteja repleto de imaginação e cultura.  A lista será encerrada com Percy Jackson, A Saga Crepúsculo, Desventuras em Série, Harry Potter, Nárnia e Jogos Vorazes! Aguardem!

Até Breve!!


Senso De Nação: A Utopia (Impossível)* do Brasil.

*Utopia neste título, é um Ideal Supremo, Um Delírio. O Impossível, é o inalcançável, que está longe de qualquer possibilidade humana (realização, seja qual for o objetivo). 

Assistindo o seguinte video do Programa Entrelinhas (clique no grifo para acessar o video) da TV Cultura, imagino que vou jogar, como dizem por aí, merda no ventilador, por que, literalmente, não Consigo concordar em praticamente NADA com o senhor Jaime Pinsky, entrevistado, e que o tempo todo apenas enaltece o mercado de livros didáticos brasileiro.

Aquele que diz que o livro no Brasil não é caro, não só “mente”, como também tenta, através da “edição implacável” televisiva, descontrair quem assiste para fatos muito derivados diante de uma situação emergencial negligenciada e que por sua vez, apenas ressalta uma linha de pensamento conservada a séculos, desde que a burocracia (até editorial) passou a fazer parte do Brasil: Aquilo que é visto como política, iniciativa ou efetivo progresso humano (que pode melhorar nossa convivência enquanto pessoas e nossa consciência, enquanto país), está fora de cogitação, principalmente e quando passa pela visão e cotidiano (direto) da população brasileira jovem: Dos 6 aos 25 anos de idade.

Quando a internet é citada na maior parte das matérias já vistas até hoje, ela é alvo banal dos próprios veículos, (que jogam na grande população sem forte consciência crítica, a culpa pelo seu mal uso e proliferação da pirataria e outras formas reconhecidas como crimes virtuais) que essa nova mídia informativa e revolucionária, não presta, é apenas usada como uma “brincadeira” para jogos, por pessoas desinformadas e iniciativas mal intencionadas: – Eu questiono: As editoras não possuem sites na internet para divulgação de seus produtos, serviços e acervos? E Por sua vez, o senhor Jaime Pinsky, não está com seu discurso também sendo emitido dentro da rede mundial de computadores?

O Grande problema é que o conceito de juventude no Brasil só serve para erotizar o corpo da mulher nas grandes propagandas e vender produtos sob ordens (inconscientes) que respondem por padrões, aparentemente baseados em uma norma que rege a sociedade: O que nós somos? País, sociedade, nação? Tudo isso, mas, é muito mais direto, simples e verdadeiro, assumir que somos uma nação e que esses movimentos (anti-juventude), só servem para manter uma política mofada que não se preocupa com os novos adventos que criam paradigmas (questionamentos) que ao contrário de elucidar questões, apenas pioram nossos problemas, pois, são poucos os que sabem lidar, próximo do que é adequado nas mudanças (na internet por exemplo), assim como, temos uma série de políticos que se favorecem desde 1980 (com o fim oficial da ditadura) do dinheiro público, utilizando seus despreparos e descompromissos sob uma nação (nós) que infelizmente, não se compreende enquanto País, mas insiste em produzir aquilo que gera capital financeiro em detrimento do que aparentemente nos melhora, sem saber qual a real intenção do que está sendo produzido, e sem ter uma grande parcela disso, investida em iniciativas culturais, educacionais, que de fato, transformam em curto e longo prazo, este péssimo panorama.

(Livro de Stephan Zweig, Famoso Escritor Alemão, Que Viveu muito tempo no Brasil e que nas mãos do Diretor Sylvio Back, Ganhou uma cinebiografia “Lost Zweig”).

 Não é apenas a tiragem, ou a população que não quer ou não lê. Livros como Harry Potter que já saem em tiragens de 380 MIL exemplares de uma vez (desde seu Quinto Volume), ao custo de (aproximados) 70 reais no lançamento, na maior parte das editoras e Livrarias do Brasil.  Estes lançamentos não podem ser apontados exclusivamente como “culpados” pelo alto preço cobrado, nos próprios Best-Sellers (note nas principais listas de jornais e revistas, que em sua maior quantidade, os Best-Sellers são Estrangeiros) e até em Livros Clássicos da nossa literatura: Isso abre espaço para o seguinte questionamento:

E aí? É a culpa do governo que não dá assistência ou não planeja a escola? A população é historicamente desinformada e desinteressada? Ou uma pequena parcela de empresários donos de editoras e  livrarias que cobram o valor 6 vezes ou até 9 vezes mais caro na edição de um livro em seu Lançamento, ou até meses depois? Tudo me parece uma grande Bobagem com o objetivo de tirar quem assistiu o programa e até, o corriqueiro leitor (do foco central e prioritário desta complicada questão).

O livro no Brasil é caro, por que é esse o custo da manutenção do analfabeto, do ladrão, da puta, do desinformado e da nossa ignorância e falta de consciência enquanto Nação. Não encontramos com muita facilidade vários clássicos nas estantes, sem que estes tenham sido em poucos casos, distribuídos em Bienais, escolas, passeatas ou até por iniciativas privadas  (como a do Banco Itaú, que investiu recentemente em “Contações” de estórias Infanto-Juvenis), além do agravante de edições mais baratas, custarem, no mínimo, 14 reais, como é o caso da L&PM Editores, que ao lado da Martín Claret, sofre muitas críticas, por algumas das suas traduções, nem sempre, terem uma boa organização e fidelização textual. Mas alguém poderá questionar: Procure Sebos. Sim, os sebos são uma alternativa valiosa para encontrar livros em edições usadas em bom estado que custam muito mais barato, entretanto, em diversos casos, é até possível encontrar livros com valor mais alto do que os que são vendidos na livraria, além do estado de conservação não ser muito atraente: Nós temos que manter nosso interesse na leitura, sem que este pareça uma obrigação como as grandes matérias televisas insistem em pautar quando falamos de educação básica na escola, e quando este “ensino” passa pela ótica das obras literárias de Machado de Assis ou de Drummond: Precisamos que as bibliotecas públicas tenham seus acervos em excelente conservação, uma distribuição e divulgação maior das iniciativas públicas na televisão, convidando o público a visitar estes espaços, e tornar a escola um ambiente adequado à realidade de crianças e jovens que encontram um panorama, muitas vezes, desmotivador de aprendizagem, leitura, acessibilidade, laboratórios e acesso à internet. A escola deve ser vista como instituição Máxima para o desenvolvimento da nação e enquanto leis rígidas não estiverem julgando o descaso de pais e do próprio governo (políticos e suas respectivas regiões administradas), na sua má execução e planejamento da própria escola enquanto ambiente inicial da vida de qualquer ser humano, infelizmente, no futuro, enfrentaremos problemas sérios relacionados à violência, preconceito racial, homofobia, machismo e deteriorização de um “ambiente familiar” sob o contexto afetivo, não sob apenas o contexto hetero-normativo.

 O Segundo Ponto no Video, que serve como alvo das minhas Críticas, mas enquanto também, leitor e consumidor (sim, pois literatura é indústria) é o contexto do livro enquanto produto, ainda que suas implicações artísticas estejam em outro tipo de discussão:

O interesse de grandes “corporações”, como a Editora Globo ou o Instituto Millenium (que não é uma instituição privada, mas necessita de investimentos dentro dessas iniciativas para sua manutenção) por exemplo, é justamente ter na sua responsabilidade a manutenção de dados, o histórico do autor e diversas edições que podem ser lançadas ou não futuramente. Dependemos em quase todos os níveis na “indústria cultural” brasileira de iniciativas privadas com interesses dúbios para lançar ou não esses livros e vários desses interesses (econômicos) acabam ganhando ramificações dentro do próprio governo, o que não gosto de chamar como, mas é o que fica conhecido enquanto “Sistema”. E novamente, ainda que aleguem que o custo de edições de autores clássicos do Brasil ou que o interesse neles sejam pequenos, só podemos levar em consideração que no Brasil, O Governo Federal, junto ao Ministério da educação, não estão preocupados com o fato da população ter ou não interesse nessa literatura, mantendo grandes coleções sobre Machado de Assis, Aluísio Azevedo, Ariano Suassuna, Raquel de Queiroz, Drummond, Olavo Bilac, entre muitos outros, com valores caros: Na Europa, autores clássicos recebem um enorme LEQUE de edições, sejam as famosas Paper que são super acessíveis, com uma média de preço de 6 dólares ou 4 Euros, até edições mais caras, conhecidas como edições de Luxo, que aí, devidamente, reconhecemos o trabalho de montagem de um livro, que não servirá apenas para leitura, mas para ser compreendido enquanto patrimônio, ou até que envolve o trabalho de uma instituição e de pesquisadores, o que justifica um valor mais caro, mas, é mantido o valor da edição mais acessível como forma de incluir a maior parte de leitores possíveis: NADA NO BRASIL, QUE É REFERENTE à ARTE, CULTURA, EDUCAÇÃO, CIDADANIA E CONSCIÊNCIA COLETIVA (PERANTE AO PAÍS QUE SE VIVE) É INCENTIVADO NOS GRANDES VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO.

Ponto Três, pois estou comentando pontos “x” desse video enquanto assisto: Compram-se livros didáticos demasiadamente, para acontecer isso: Livros Encontrados no Lixo na Grande São Paulo (clique aqui para ler a matéria). Com o valor investido e mal administrado, abrem-se frestas para corrupção (entenda o termo em diversas instâncias, não apenas o fato de usar dinheiro público para tirar proveito), Além do quê, O Português é a 5 língua mais falada no mundo, aprox. 240 Milhões, dados cedidos pelo órgão responsável pelo acordo firmado que irá unificar a língua portuguesa (O Decreto Presidencial nº 6.586, de 29 de setembro de 2008, determina a implementação do Acordo Ortográfico a partir de 1º de janeiro de 2009 no Brasil, estabelecendo período de transição de 1o de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012).

 Não é por boa vontade que estão vendendo mais livros para cá, é visando o lucro independente de como os livros serão devidamente distribuídos e as vezes, sequer são utilizados. Por outro lado, é justamente por iniciativas privadas (tais como as da Editora Globo,  e o Instituto Millenium – que consegue fundos através de empresas como Gerdau), que autores (as), como Huxley, Ayn Rand (passou mais de 23 anos sem novas edições no Brasil, só voltando ao mercado ano passado), Ray Bradbury, continuam sendo lidos: edições muito mais baratas que já saem das editoras em papel e visual atraente, edição devidamente revisada e com custo muito baixo. Não apenas posso citar a europa como exemplo, ou USA, mas a Argentina e o Chile, tem um mercado editorial muito mais amplo, sendo inclusive, Argentina, um país muito menor, mas, com muito mais editoras, livrarias e Bibliotecas que o Brasil – Fonte).

Não gosto de utilizar termos “políticos” nessas conclusões e nesses questionamentos, mas, o Brasil gosta do Imperialismo apenas para ter dinheiro, porém, continuamos na lama quando pensamos em nos desenvolver enquanto nação, diferente dos Estados Unidos, que apesar da sua suja política militarista e baseada na exploração do petróleo, desenvolve uma consciência que se “Protege” (ainda que negativamente) de valores externos, sendo visto como “melhor”, soberano e mais desenvolvido, justamente por que EXPLORA, mas investe no campo de desenvolvimento sócio-cultural da população Estadunidense. Não sei até que ponto ou até qual ano, essas medidas que pensam nosso país apenas enquanto celeiro lucrativo irão existir, mas, é justamente essa corrupção de valores e ausência de educação ou preparo e incentivo à consciência crítica e análise que impedem o crescimento do país enquanto Leitor, estudante, (que ainda mantem excluído o autodidata), militante político apartidário e que irão exercer o orgulho que podemos ter à nossa bandeira baseado numa leitura não própria apenas da literatura (em geral), mas também, uma leitura crítica e visionária, imaginativa, da nossa realidade enquanto povo que precisa evoluir e crescer diariamente.

O Brasil precisa entender, enquanto “nação” que não está sozinho, que ideias inovadoras, não mais irão existir apenas na Europa (que é um continente muito mais antigo), mas que podemos com toda possibilidade de criação, já provada através de diversos artistas consagrados, que somos, à longo prazo, uma nação criativa, forte e que ao lado dos nossos parceiros no continente, poderá apresentar novos modelos de política, política ambiental, educação e até de valores humanos (seja lá qual for sua maneira de ver tais valores).

Se eu quiser estabelecer algum tipo de meta, que indique alguma melhora na nossa situação, eu diria que a primeira mudança drástica, deve começar, no fato das pessoas olharem mais pra si, não no sentido egocêntrico, mas enquanto agente transformador do “todo” com as ferramentas que existem dentro da própria casa: a possível união, o estudo, a análise, a dúvida, a não aceitação de paliativos, e entender que nem tudo é imediatado, premeditado ou que foi concebido para apresentar uma solução clara, óbvia: a análise de tudo que nos cerca é o primeiro caminho nessa complicada questão, que já larga a muito a nossa dependência “enquanto ex-colônia” para olharmos os exemplos de países irmãos e vizinhos como Colômbia, Venezuela, Argentina e Chile, que já apresentam medidas claras, reformas e protestos para mudar a situação não apenas dos seus próprios países, mas do continente Sul-Americano, e que tudo isso, surgiu, a partir de uma leitura, literária e contextual.

Cisne Negro: Uma Bela Roupa Sob Fraco Discurso.

Chris Nolan, diretor da nova trilogia do Batman (“Begins”, “Dark Knight”, “Dark Knight Rises”) é por algum motivo, o tipo de diretor que consegue conciliar histórias “já criadas” com uma visão bastante autoral: perfeccionista e por sua vez, bastante coeso enquanto diretor, evita utilizar efeitos digitais superficiais em seus filmes, chegando inclusive a demolir prédios e degradar atores, como é o caso de Heath Ledger, que Graças ao mal momento em quê vivia, e a intensa atuação no Cavaleiro das Trevas, acabou falecendo de maneira muito suspeita em decorrência de uma overdose de medicamentos.  Através desse realismo, pouco a pouco Nolan despontou enquanto diretor, tendo o ótimo “O Grande Truque” sendo indicado a dois Oscar nas categorias fotografia e direção de arte,  e o ousado “A Origem”, com Leonardo Dicaprio como protagonista dessa grande roleta russa desconstruída (visual).

Essa tal intensidade vista no Batman e o tom realista, permeia uma mente que não é tão valorizada quanto a do Nolan (Graças ao Batman, Nolan hoje tem uma grande autonomia dentro da Warner, tanto para desenvolver projetos, como para escrever roteiros e produzir novas séries, como o novo Superman – Man of Steel): Responde pelo nome de Darren Aronofsky.

Darren Aronofsky arrives at the 83rd annual Academy Awards in Hollywood

Iria assumir a direção desta  “nova trilogia” do Batman (“Batman – Ano Um”, foi cogitado como nome do filme),  mas como sempre ocorre em sua carreira, sofreu cortes, foi excluído de projetos, ou perdeu boa parte dos seus orçamentos nas produções em quê esteve envolvido. Esse panorama só começou a mudar quando Cisne Negro foi anunciado como seu novo projeto, pós (o intenso, verdadeiramente) filme “O Lutador“, esse sim digno de Oscar de Melhor filme e de melhor ator para Mickey Rourke.

Com Natalie Portman no papel de Nina, o filme tem quatro elementos especiais da carreira do Darren: A belíssima fotografia, trilha sonora apurada de Clint Mansell, seu parceiro de longa data que produziu a também excelente trilha do filme “Moon” de Ducan Jones, mas conhecido como filho de David Bowie, o figurino inocente que é medido corretamente na personagem da Natalie e por sua vez, a própria atuação que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz.

Eu torci bastante por este filme no Oscar, não por gostar do resultado final, se comparado com seus quatro filmes anteriores (“Pi”, “Réquiem Para Um Sonho”, “A Fonte da Vida” e Finalmente, “O Lutador”), mas, por ser um movimento estratégico do Darren Aronofsky com relação a sua popularidade: ele, sabiamente, utilizou recursos “simples” para atrair o grande público ao cinema: Black Swan veste a roupa e as proteções clássicas do Ballet como referência pesada, garantindo uma impressão breve de “arte”, entretanto, é previsível justamente por que utiliza os mesmo artifícios de “Pi”, inclusive, climatizações ou locações (cenas em metrô) mastigando para o público interpretações (ou cenas) que cumprem demanda (por exemplo, o fetiche homossexual da personagem, com seu beijo e transa, um deleite para o público masculino “Horny” ou para meninas que também se sentem atraídas), além das sombras que se escondem prontas para dar medo, além das várias faces que a personagem pode assumir como justificativa para uma “possível” profundidade no roteiro e na sua concepção.

Ainda que desconcertante em seu ritmo, Cisne acerta justamente pela inocência que o Ballet parece ter, mas ao mesmo tempo, é violento com toda carga emocional provocada pelos treinos e também pela mãe de Nina, que não lhe garante independência enquanto pessoa e principalmente, enquanto mulher.

Merecidamente, Portman entrega uma personagem verossímil, que enaltece uma possível “interpretação” de libertação do pássaro que atinge seu grande momento,  mas, decididamente, ainda que essa grande atriz sustente toda atenção do filme em si (como é o caso também do Heath Ledger, apesar do excelente roteiro/filme que Dark Knight é) não consigo ter a mesma impressão do filme:  Não vejo sintonia, ou tampouco tanta “cultura” na película como muitos apontam, enaltecendo “metáforas” retratadas em cenas (como diversos sustos previsíveis) e a desculpa constante do roteiro em confundir quem o assiste: isso não é sinônimo de “referencial”, mas sim, de repetição de estilo. Basta assistir qualquer filme da linha “horror psicológico” para entender esses tais sustos, trilha sonora que aumenta causando tensão, por sua vez, um forte impacto em cena.

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“Pi”, o primeiro filme do diretor, tem um dos finais mais ousados e surpreendentes do cinema: esse sim com status merecido de referência obrigatória, precisou de lentes específicas, para dosar exatamente os tons preto e branco que o diretor gostaria de ver na tela, não os tons cinzas, como costumamos assistir em filmes da década de 30 ou 20.  A câmera trêmula (na mão), a velocidade somada à paranoia de Max Cohen, chamam atenção pela qualidade, justamente por que, da mesma forma que foi concebido, Cisne Negro também acompanha e tem perfil semelhante;  Com o diferencial de ter uma atriz já renomada, o que não quer dizer ou que garante, por sua vez, um resultado tão convincente.

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Ambos (filmes) apresentam em seu plot algum tipo de colapso psicológico que brinca com quem assiste, entretanto, por serem assuntos muito sérios, se diferenciam justamente na consistência real vista se destacados como filmes dramáticos: “Pi” é honesto, é violentamente cruel, é uma perseguição por números e hipóteses que confunde, não por truques de câmera que assustam, mas por se sustentar em um roteiro imprevisível, inteligente, reflexivo e ágil.  Cisne Negro foi pré-modelado para “parecer” inteligente, e é esse o grande mérito de Darren Aronofsky ao se tornar público: entregando sua película mais fácil, conquistou o público com um rosto conhecido (sua atriz), vestindo a roupa correta (o custo da produção) para os festivais e principalmente, para chegar as residências daqueles que querem seu DVD ou Blu-Ray:  é bem verdade que não posso condenar a atitude do diretor, enquanto espectador e principalmente enquanto fã, entendo que em algum ponto ele perdeu para, obviamente, como diz o ditado, poder ganhar: Mas, ainda que esse movimento necessário tenha sido concretizado, incomoda a pequena visão das pessoas ao acreditarem que o que é exibido agora, hoje, o que é recente, que chega com uma embalagem atraente, é melhor, e que irá incluir quem assiste “a um grupo”, fará de cada um mais inteligente:  neste ponto, precisamente, Cisne Negro acerta por falar do jogo de aparências, mutilações que são necessárias, somadas as nossas mentiras para que possamos conviver nesse mundo cada vez mais complexo e vaidoso, entretanto, não é com técnica que conseguimos atingir os corações e mentes preocupadas em sentir emoções diferentes e quem sabe, compreender melhor os valores, se é que existem, presentes na tal falada humanidade: Darren Aronofsky é um grande diretor, mas não “técnico” e costumo pensar que seu trabalho um dia, pode ser tão relevante quanto o de Kubrick e Tarkovsky. Seus grandes feitos na história do cinema, são representados pela incrível capacidade de fazer grandes filmes, apesar das dificuldades de produção, pela sua criatividade, e pela maneira como decidi dirigir e conceber suas obras.

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Só nos resta acreditar e confiar que “Noé“, seu próximo projeto, deixará de lado essa perseguição pelo reconhecimento do público, para finalmente retomar as suas origens enquanto diretor, enaltecendo a qualidade em primeiro lugar, ainda que isso lhe custe, à curto prazo, a perda da sua “tão sonhada” visibilidade, ou como diz a sua personagem Nina, “ser completo, perfeito”.

Lady Gaga – Born This Way, Another Way.

Como me recuso a postar a capa terrível do novo disco da cantora, optei apenas pela arte do single, que é muito mais atrativa, mas se parece com o portfólio da Grace Jones, note a fonte.

Não estou aqui para dizer que conheço mercado, músicos, bandas, nomes da música pop ou sonoridades, mas, deixarei, como fiz com o Radiohead, algumas impressões sobre o tão falado disco da Lady Gaga: Born This Way.

Lançado em 23 de maio deste ano, O Disco prometia ser o álbum da década, com tons revolucionários e uma sonoridade completamente diferente, até então produzida pela Mãe Monstro, codinome da Gaga expresso na faixa de mesmo título que o disco. A primeira impressão foi a que ficou, positiva, porém, desorientada, sem foco: Gaga parecia ter finalmente se encontrado enquanto cantora e figura POP relevante, e diferente da sempre citada Madonna, por conta das comparações já cansadas com Express Yourself,  ela perdeu a noção da estrutura básica que seu Álbum parecia carregar: Conceito.

Born This Way prometia contar a chegada de uma raça alienígena à terra, e essa raça, por ser evoluída, não admitia e não conhecia os mesmos preconceitos, julgamentos e a velha rotina sexista de “segmentar” gêneros: Um enredo bem construído no video, com Body Modification, algumas imagens grotescas e bizarras, e a representação da vagina como elemento criador de tudo: O video à primeira vista me lembrou o cinema Underground como em pérolas a lá “Pink Flamingos“, “Liquid Sky” e “Party Monster”, três filmes, por sinal, muito cultuados por Marilyn Manson. Além das simbologias de feminino e masculino, elementos religiosos, e alusões a filmes oitentistas como o famosoXanadu”.  Essas impressões são apenas desconstruções de todo potencial jogado fora pela cantora, sem que houvesse continuidade em seus videoclipes, já que a primeira faixa lançada enquanto single, deixou essa forte impressão.

Deixando de Lado os péssimos videos, “Judas“, “The Edge of Glory” (esse por sinal, com brigas internas na produção da própria Gaga com o diretor do video) e por fim, da balada “ÿou and i”, “BTW” deixa no chinelo seus dois primeiros CDs, cheios de hits chicletes:  “The Fame” e “The Fame Monster“:  Ainda que superficialmente, Born This Way tem o mérito enquanto disco, de parecer pesado, muito bem produzido (bem verdade), e por conter as melhores canções da Gaga até hoje: Destaco, “Goverment Hooker”, “Bloody Mary” (com um forte coral gregoriano entoando o nome da cantora em proporções megalomaníacas), “Scheiße” (a faixa mais obscura do Disco, com citações em alemão) em ritmo frenético que lembra bastante a música “pipapaparopo”, Além da melhor música da carreira da cantora: “Heavy Metal Lover” – se seguir esta linha sonora, provavelmente vai se sair muito bem, além de lembrar bastante o Daft Punk em seus solos e músicas mais famosas.

Infelizmente, ela não é o melhor exemplo de cantora que tem qualidade, mas que se mantem fiel a isso: Não podemos deixar de ignorar o fato que Lady Gaga é uma figura bastante provocativa, ainda que muito saturada, por que, com o mínimo de conhecimento musical, é possível ver claramente,  David Bowie, Madonna, Nina Hagen,  Grace Jones, Cher e Prince em suas criações: é uma reciclagem constante que funciona muito bem nas mentes de meninos e meninas de 13 anos querendo dançar sem parar dentro de casa. De qualquer forma, não deixo de reconhecer os méritos do disco, além de perceber uma forte evolução enquanto artista, ainda que “Electric Chapel” seja muito semelhante a “I Love New York” de Madonna: by the way, ela nasceu assim, em um tempo que permite que isso aconteça e ainda seja visto como “inovador”.

Frutas “Exóticas” ou O Sabor das Beldades…

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Estive pensando sobre comida e culinária, e daí tive uma pequena ideia sobre frutas, que são curiosas ao paladar Brasileiro, ou para quem tem acesso a essas maravilhosas fontes de nutrição e até de bons momentos. Nada é tão bom quanto ter árvores em casa, ou em ruas bonitas: cada local recebe um charme especial com as árvores ao seu lado, e por volta do mês de Novembro, o cheiro delas começa a ficar mais forte, já que o verão Brasileiro se aproxima. É pensando um pouco nesse contexto, que deixo de lado um pouco a tal abordagem sobre “Cultura”, para buscar cultura em fontes naturais de cores, sabores e aromas. Fiz uma pequena lista, não muito aprofundada, pesquisando na internet e no Google, sobre frutas do mundo todo, separei algumas, que ainda não estão na sua mesa, ou na sua fruteira ao lado da geladeira na cozinha, mas que eu espero, sinceramente que você tenha oportunidade de experimentar! Agora, abra bem a sua boca, e comece a devorar cada palavra dessa lista 😉

Ps.: Escrevi o texto com curiosidade, mas eu também não provei todas da lista.

Kiwano ou Pepino Africano, Kino (No Brasil)
(cucumis metuliferus)

Fruto natural do deserto Calaari, tem uma aparência “espinhosa” e sua casca é bastante dura. Pela aparência, guarda bastante água em seu interior e deve ter um sabor bastante cítrico. Pelas informações que encontrei, inclusive no Wikipedia, tem o sabor de um Pepino com Kiwi, enquanto “verde” ou quando é retirado da árvore; Já maduro, tem gosto de Banana. É conservado refrigerado, e é bastante consumido nos USA. Essa sim é uma verdadeira fruta psicodélica!

Durião
(Durio Zibethinus).

Esse bendito parece uma jaca (o que visualmente é 100% correto) e é famoso pelo seu odor. É proibido transitar em alguns locais da europa com esta fruta, pelo seu terrível cheiro, entretanto, sua popularidade é muito alta em países do Oriente/Oriente Médio, onde costuma ser bem consumido e é famoso pelo seu sabor de castanhas ou amêndoas, da mesma maneira que sua semente pode ser cozida ou aquecida em Brasa, mais ou menos como acontece com a castanha do Caju, que também é uma fruta, mas pouca gente sabe. Dizem que esta fruta desafia pelo cheiro, e a recompensa por superar esse desafio é o seu excelente sabor! Curioso e chamativo!

Cempedak (Chempedak)

Semelhante a Jaca e Natural da Malásia, O Chempedak pertence à família das Moraceae e seu nome cientifico é Artocarpus integer (Thunb.) Merr. É uma árvore grande, com uma copa densa, chegando a uma altura de 15 metros ou mais, propagando-se por sementes. É comumente encontrada crescendo em florestas  secundárias e primárias, por vezes em áreas de várzea da floresta tropical até 500 m de altitude. Suas sementes são comestíveis. O látex da planta é usada fabricação de cal. Sua madeira é utilizada na confecção de mobiliário. A madeira da árvore é uma excelente qualidade e é tão forte como a teca. Seus taninos extraídos do cerne produz um corante da cor de açafrão, que os monges budistas utilizam para a colorir as suas vestes . O Chempedak possui propriedades antimaláricas.

Lichia 

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Lichia é a fruta que eu costumo chamar de “fruta da época do natal”, pois sempre está presente nas mesas onde costumo visitar (casa de tios, tias, amigos), as vezes até em casa posso experimentar essa fruta que parece uma pitomba: É também muito semelhante em seu sabor a uva itália, seus frutos oriundos de uma grande árvore, nascem em grandes cachos, contendo alto índice de vitamina C, além de possuir as do complexo B, sódio, cálcio e potássio. No Brasil é cultivada na famosa fazenda São José, km 379, no município de Avaí, estado de São Paulo – Fonte: Wikipédia, Ciro Haruo Yukisada.

                           Jaracatiá                         
(Spinosa)

Muito comum no centro-sul do Brasil, precisamente na parte mais profunda das Matas, parece ser bem semelhante ao cacau e ao mamão. Sua polpa é leitosa e bastante densa, e a ingestão dessa fruta, e das suas sementes, combate verminoses e outras doenças relacionadas aos baixos índices nutricionais. Muito boa para o funcionamento estomacal. É muito consumido como doce, ou geleia. Talvez uma das alternativas medicinais para solucionar problemas como a fome, devido aos altos índices vitamínicos que colaboram na imunidade.  Sobre esta fruta, encontrei um excelente artigo que fala sobre o seu cultivo (e para minha surpresa, o cultivo dessa fruta está relacionado ao risco de extinção):

http://saude-joni.blogspot.com/2011/03/ecogastronomia-jaracatia.html

     Guaiabila
(Eugenia Victoriana)

Natural da Colômbia, onde é comumente produzida, é uma fruta rústica de difícil plantio, requerendo cuidados diversos como manter o sólido em um ponto exato entre a boa irrigação, porém, sem exagerar na quantidade de água utilizada.  Rica em vitamina c, tem sabor azedo é utilizada na fabricação de sucos, medicamentos e doces: boa parte das frutas e leguminosas que conhecemos, ou as que são mais exóticas, já são alvo corriqueiro do estudo nacional e internacional de suas propriedades para o combate de doenças como A Gripe e principalmente a diabetes: Não quero dizer entretanto que esta fruta faz parte de alguma pesquisa, é apenas uma opinião que converge com o avanço das pesquisas em território nacional.

NONI – Morinda Citrifolia

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Natural do Continente Asiático, pode crescer até 9 Metros de altura. Seus frutos tem um forte odor (bastante ácido), além de não se desenvolverem muito.  Segundo o site http://saudepelasplantas.blogspot.com  “No Brasil é cultivada comercialmente em Roraima, mas é muito pouco conhecida, no entanto, teria sido usada com fins medicinais por nativos na Polinésia por mais de 2000 anos, inclusive como antiviral, antibacteriano e antifúngico. Contem antraquinonas, ácidos orgânicos, xeronine, beta-carotina, o niacina riboflavina, tiamina, ferro e cálcio”. A utilização deste fruto, para fins medicinais, é bastante comum no tratamento de problemas imunológicos e intestinais. Essa planta, pode ser encontrada em regiões vulcânicas ou em terrenos calcários, podendo sobreviver em terras com forte teor de sal e com forte seca.  Uma pequena curiosidade, é que formigas do tipo “Tecelãs – Tecedeiras”, são bastante atraídas para o fruto desta planta, protegendo-a de insetos e parasitas: Para ter uma noção nítida desse trabalho em equipe, segue uma imagem, exemplificando uma bela co-relação entre as formigas e o próprio fruto, também muito atrativo ao Morcego-da-fruta.

Ficheiro:WeaverAntsNest.JPG                                                                                                 (Fonte, Wikipédia)

Physalis

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A Physalis parece ser a mais atrativa até aqui, pois é possível encontrar diversos textos sobre as suas características naturais e medicinais pela rede. Numa visão breve e geral, apontarei algumas características, e nos textos seguintes, que vocês verão nos links, as principais iniciativas e benefícios econômicos, oriundos do plantio e cultivo desse fruto. Também conhecida como Juá,  tem sabor doce e ácido, e sobrevive com bastante energia a climas diversificados (o brasileiro é um deles), variando entre temperaturas frias ao longo do inverno e intenso calor: a fruta está sendo utilizada com bastante frequência por pequenos e médios produtores. No site do Globo Rural, é possível encontrar um bom texto sobre tal capacidade de rendimento que a fruta está gerando. Sua utilização também é muito frequência em doces ornamentais – desses vistos em casamentos, festas e seu cultivo também pode ser decorativo. No site do Jardim de Flores, é possível observar outras características da fruta.

Mangostão

O Mangostão é famoso pelo seu sabor intenso e delicioso, bastante difundido na Indonésia e muito encontrado também em Honduras, China e Panamá. É considerado “O Rei” das frutas tropicais, além de ser parente próximo das Árvores Brasileiras, Bacuri Guanandi.  Pode atingir enquanto árvore (em estágio adulto), 30 metros de Altura com copa cônica, famosa principalmente pelo sabor único e comparado ao “alimento dos Deuses do Olimpo Grego”.

 O Mangostão já está à venda no Brasil em Estados Como São Paulo e Bahia.  Neste Site (Link) É possível saber mais informações sobre a fruta, muito utilizada como medicamente, e fazendo uma busca pelo Google, é possível encontrar diversos medicamentos “milagrosos” que apontam a fruta como excelente elixir: Vá por sua conta.

Ingá

Essa é uma das frutas da minha infância, quem nunca teve oportunidade de provar, procure.

O ingá é uma fruta muito comum, pode até não parecer, mas é. Geralmente, pode ser encontrada em regiões litorâneas com forte vegetação. No Estado de Pernambuco, é possível encontrar vários ingazeiros, na região de Nova Cruz, além do araçá, que se parece muito com uma goiaba (mas não confunda).  Com a depredação das zonas de vegetação natural, a fruta se tornou muito mais rara de encontrar e o cultivo particular, além de iniciativas privadas, ainda mantem a fruta ao alcance do consumidor. Seu nome, ao que tudo indica, tem origem indígena (significa “embebido, empapado, ensopado”, por conta da sua consistência), basicamente, a fonte das maiores descobertas de vegetais, frutos e leguminosas.  O ingá tem um forte sabor adocicado, sendo único, e por ser apenas sua “semente” a fonte de seu sabor, é um fruto muito delicado.  Sua folha pode ser utilizada como xarope contra bronquite e principalmente, como cicatrizante, na elaboração do seu chá.

Bacupari

Finalmente chegamos ao Bacupari, mas não menos importante. É natural do Amazonas, e se tornou bastante rara, por conta do avanço dos centros urbanos. A sua Árvore, se desenvolve próxima as encostas dos rios, florescendo entre os meses de Agosto-Setembro, sendo seu fruto, muito utilizado na fabricação de alimentos, doces e até de cosméticos. Talvez, o texto mais importante na rede, que eu encontrei, se refere ao uso do Bacupari no combate as cáries , um problema, ao meu ver, de saúde pública de ordem emergencial. O Mais interessante e a conclusão que eu tomo após meses de pesquisa para conseguir reunir tal lista no Blog, é o potencial que o Brasil tem na sua agricultura e investindo nos pequenos produtores além da preservação das matas, não apenas pela preocupação óbvia com o ecossistema, mas, como preservação de parte das nossas características identitárias, que em cada pedaço do país, parece mais rico e representado por belos frutos e alimentos que ainda não tiveram suas propriedades devidamente difundidas ou estudadas. Em São Paulo, Segundo o Wikipédia, diversas mudas de Bacupari foram doadas e plantadas no Parque do Ibirapuera, em Julho de 2008.

Espero que vocês tenham saboreado cada palavra do texto e que o efeito de cada vitamina trazida das plantas, seja revigorante e principalmente inspirador. Bons aromas e bons sabores para vocês!

Até breve!

Três Deuses que Escrevem Reis.

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Alan Moore, Pai do Conceito Grafic Novel, ou Quadrinhos Adultos.

De 2005 até 2011, O Brasil tem experimentado na mão de alguns artistas, o sabor de valorizar suas obras em forma de “Comics books” ou da maneira mais singela, os famosos quadrinhos. Moon, Ba (sendo estes autores de Daytripper – Published By Vertigo Comics ) e Grampá (Mesmo Delivery – Editora Desiderata)  são os nomes mais badalados nos quadrinhos nacionais nas últimas temporadas, e já estão com uma forte repercussão no exterior, principalmente nos USA (Principal polo ao lado da Europa): para seguir uma lineariadade textual, citarei brevemente cada obra considerada “sagrada” no Universo dos quadrinhos,  desde o seu nascimento (eu paro por um instante de escrever pois um cachorro está latindo e chorando pela vizinhança… Só um instante, já volto). Então, cinco minutos podem servir de pausa para que um texto como este seja elaborado, entretanto, por hora, faço um paralelo desses cinco minutos com todo o planejamento e tempo que os desenhistas ou autores do conceito Grafic Novel necessitam ter, desde a conceituação do que será escrito, até a regra básica de organização de cada quadro. Na década de Oitenta o conceito de “Quadrinhos Adultos” foi revolucionado por ninguém menos que o Sir. Alan Moore, que é uma referência intensa quando tratamos de quadrinhos artísticos e que descaracterizavam até hoje o conceito disney, que é visto como o modelo “tradicional” tanto em animação 2D, como em gibis e revistas relacionadas.

Vencedores de importantes prêmios internacionais como o Eisner Awards, Moon e Ba conseguiram gerar bastante expectativa em sua obra, e o traço chamou bastante atenção, eu só vejo isso como mais um piloto de um grande desenho vencedor no exterior, do Brasil para o mundo: que outros autores também consigam tal espaço. Ba tem em seu currículo o desenho da Revista Umbrella Academy que já foi premiada,  ao lado de Gerard Way do My Chemical Romance.

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R. Grampá também é um nome de grande rotatividade nos Estados Unidos, sua obra, “Mesmo Delivery” foi re-editada por lá sob bastante expectativa, e ganhou diversos elementos extras, como alguns esboços do autor, uma capa alternativa, e isso lhe garantiu novos trabalhos por mais de dois anos. É também (ainda que isso não seja tão importante) uma das figuras dos quadrinhos que mais utiliza o Twitter para divulgar seus desenhos e conversar com os fãs, inclusive, a cantora Pitty.

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Moore é autor de duas, entre várias obras (sim, quadrinhos devem ser chamados de OBRAS – além da subversão no modelo da linguagem utilizada, foram pensadas para carregar estilo, humor, cores e outros modelos de arte dentro de uma mesma edição), consideradas referências na produção Mundial de quadrinhos: Watchmen e V de Vingança. Conhecido por suas declarações polêmicas, quando descartou que seu nome fosse colocado na maior parte das oriundas dos seus quadrinhos, continua como um mestre na arte de retirar o estigma existente nos quadrinhos, re-lembrados muitas vezes pelo o que alguns “historiadores” da área chamam de “Era de Ouro”: Principalmente a década de 60, ou quando cada época sofria intensas transformações sociais, hora ligadas pelo avanço tecnológico, como a corrida espacial, outras quando o fim da segunda grande guerra não era mais um sonho. Entretanto, o “segmento” utilizado por Moore em suas obras é recente, e só parece mais respeitado aos poucos. Autor de “Do Inferno”, “Monstro do Pântano” e “Constantine – Hellblaizer” (também adaptado para o cinema com atuação de Keanu Reeves, e a famosa Polêmica do seu cabelo Preto – No original, Constantine tem cabelos “dourados” ao melhor estilo Sting de ser, fonte de inspiração para o Personagem) teve uma juventude pobre, mas bastante rica em imaginação, conseguindo alguns empregos em pequenos jornais: Seu grande primeiro marco foi “V de Vingança”, Lançada na Vertigo, a obra trata de uma sociedade distópica aos “melhores moldes totalitários” também retratados em 1984 de George Orwell.

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ícone em forma de Máscara de “V”, O Grande Protagonista de toda trama.  “Remember, Remember, the Fifth November” – Lema Símbolo da Revolução de 5 de novembro  Ressaltado no Quadrinho.

Hellblazer , no Original, Além dos cabelos dourados, Muito Mais Sujo e Marginal.  Abaixo e em comparativo, A visual da adaptação, que ganhou vida nas mãos do diretor Francis Lawrence. Ainda que Derivado do Original e que seja uma adaptação que cometeu uma grave corrupção a um dos elementos principais do personagem (sua caracterização – cor do cabelo), em nenhum momento, o filme chega a destruir o legado original, por sinal, o filme foi um dos fatores que me transformaram em fã do Constantine: neste aspecto, entendo a adaptação como outra perspectiva para o mesmo personagem, da mesma maneira que ele já recebeu diversos desenhistas e outros pontos.

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Neil Gaiman Como Mestre dos Sonhos.

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Tratar de datas muitas vezes me incomoda, portanto, o texto não tem o objetivo de prender o leitor a datas e fatos que marcaram cada personagem dessa história tão ilustrada: liguem os nomes as pequisas e vocês saberão como cada autor surgiu, devidamente. Minhas impressões para Neil Gaiman, ao lado de Moore, são as melhores: Autor de Sandman, sua mais famosa série que se passa no universo dos perpétuos e o seu principal é Morpheus, ganhou diversos prêmios importantes como o  Eisner Awards por 13 vezes e o Hugo Award, pela Obra “Deuses Americanos“, e também já foi alvo de adaptações cinematográficas, Como “Coraline“.  É também autor de Tim Hunter, considerado por muitos, o pai de Harry Potter, e a semelhança física retratada nos quadrinhos de Neil com a de Harry, deixou os fãs do Autor, bastante indignados com a suspeita de que J.K.Rowling, poderia ter plagiado a obra do Gaiman e com isso, ter levantado fama e dinheiro: Em entrevistas o próprio Gaiman nega a semelhança, dizendo-se inclusive, grande fã das estórias de Harry Potter, e que se houver comparação, em sua visão, será como forma de entender que Harry é uma homenagem ao Tim Hunter e que “todo bruxo um dia, precisa de um pupilo”.

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Uma das comparações mais famosas com Tim Hunter – Os Livros da Magia, é da imagem acima. Os Livros da Magia foram Lançados originalmente no começo da década de 90 e tratam do Bruxo Tim Hunter e da sua Coruja “Io Iô” em um caminho de descoberta da magia e de outras visões para a vida, e para outros Planos. John Constantine foi um dos “tutores” do Tim Hunter na sua caminhada, e ao entender se deveria ou não ser um Bruxo, Tim descobre que esta escolha já é parte dos mistérios que ele terá que desvendar. A série ganhou diversos volumes e edições especiais ao longo dos anos. No Brasil era facilmente encontrada por edições Vertigo, em preços populares: entre R$ 3,90 e  R$5,90.

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Os quadrinhos de Neil também são marcados principalmente pela ênfase na vida e na Morte,  sendo a “Morte” ao lado de “Morpheus” (Protagonista de Sandman),  sua mais importante e popular criança/criação: A morte além de bela, apresenta de maneira filosófica bons argumentos para as situações de perda, e ela remete bastante a cantora de “Post- Punk” Siouxsie do Siouxsie and the banshees:

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 Cantora bastante performática, Siouxsie surgiu no mesmo período em quê Neil Gaiman desenvolveu suas estórias.

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 A morte como uma bela jovem, paciente e bastante compreensiva, é um dos méritos e enorme sucesso de Neil Gaiman dentro e fora do universo “Sandman”. 

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Sandman por sua vez pode ser entendido como uma homenagem ao cantor/vocalista do The Cure, Robert Smith (abaixo) – Banda também muito conhecida dos anos 80 e em plena atividade até hoje. 

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Enquanto a Abordagem de Neil Gaiman, em diversos momentos presta tributo aos textos mais teatrais vindos de Shakespeare, além da mitologia e dos contos e lendas nórdicas sobre fadas, bruxos e outras estórias populares, um não tão feliz e fantasioso autor, tem forte estilo marcado pelas influências dos anos 20 e dos filmes NOIR, da década de 40: Frank Miller.

A Violenta e  Cruel Arte de Frank Miller.

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Nascido nos Estados-Unidos, é pai das obras “Sin City” e “300″ também adaptadas para o cinema. Não muito diferente de Alan Moore no quesito polêmica, mas diferente do primeiro que continua com bom diálogo com seus fãs, tem causado muita antipatia em seus admiradores e seguidores mais devotos nos últimos tempos, pois, ao contrário de continuar produzindo, tem sido bastante “blasé” e arrogante: Além de diretor cinematográfico (Adaptou para as telonas com fracasso de público e crítica The Spirit, Obra do mestre Will Eisner – com a estética de “Sin City – A Cidade do Pecado, que por sua vez, foi muito bem dirigido por Roberto Rodriguez), é também autor dos roteiros de Robocop 2 e 3, o que explica o péssimo desempenho dos filmes, mas não por isso apaga o brilho de “Ronin” e também de “A Dama fatal , um dos principais capítulos de Sin City.

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Ronin seguiu a tendência da época de criar obras com forte teor adulto e foi baseado no Mangá (excelente por sinal), “Lobo Solitário” de Goseki Kojima, quando recebeu em suas mãos um dos exemplares do quadrinhos (foto,abaixo).

“Lobo Solitário”, Editado no Brasil pela Panini-Comis.

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Falar dos três, não é falar de três:  Quadrinhos além dos Títulos.

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Uma vez que a sua perspectiva central mudou em relação as adaptações, os fãs agora esperam ansiosos pelo retorno de Frank Miller ou perto do que este já criou, junto ao Neil Gaiman e Alan Moore: a trindade e o eixo principal dos Quadrinhos de 1980 até hoje.

Obviamente que os famosos desenhos Franco-Belgas como Tin Tin (parágrafo acima) e Asterix e Obelix, considerados os grandes responsáveis, além da indústria norte-americana por garantir que os quadrinhos fossem entendidos de outra maneira, além da convencional/comercial, vista apenas com Superman, Spider-Man Não poderiam ser desconsiderados, já que a sua linguagem, muitas vezes, controversa, serviu de matriz para estudo e análise não só do conceito de quadrinhos, como de teses universitárias e para referência daqueles que hoje são considerados os “pais” do conceito Grafic Novel.  Ainda hoje,  é possível e devemos considerar a existência de diversos autores que não foram listados com seus respectivos heróis e que suas estórias, conseguem expandir um mercado, sério, e que pouco lembra o seu público alvo em seus bastidores: “Heróis” vestem terno e gravata, mas nem por isso deixam de lado a imaginação e a criatividade daqueles que iluminam com páginas e cores a vida de muitas crianças, jovens e até hoje, adultos. 

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Para Finalizar, Não poderia deixar de lado o maior representante Nacional conhecido no exterior: Maurício de Souza e a Sua “Turma da Mônica”.

Radiohead e o Baião Internacional!

OBS.: Texto Originalmente Produzido em Fevereiro de 2011 .


Prepare o seu copo de bebida, porque foi sob efeito do álcool que comecei a escrever esse texto, e principalmente, fiquei feliz por dispensar a minha atenção, aos cantores e cantoras pop’s, que indiretamente, acabam dominando nosso dia-dia. Os Agora tios do Radiohead, lançaram a pouco mais de uma semana o Belíssimo “The King of Limbs”, o cd que eu diria, é a oposição ao seu último disco ‘In rainbows’. O último disco, carregava a responsabilidade de ditar uma moda que estava se tornando prática: lançar um disco diretamente para download antes que alguém vazasse o material. O Radiohead pediu para o grande público que pagasse o quanto considerava melhor para o seu orçamento, ou até mesmo, não pagar nada. Muito bom, vindo de uma banda que deixou sua última gravadora, entretanto, esse tipo de iniciativa, prejudica qualquer novo artista(como retirar dinheiro do trabalho que é feito, disponibilizando gratuitamente?), eu, por exemplo, ainda sou adepto do cd, mesmo considerando muito bacana/correta a iniciativa, porém, Thom Yorke e companhia, já estão muito bem, obrigado, com suas finanças.

Mas voltando ao que interessa, o novo disco, apresenta, 03 grandes marcos: O primeiro deles é o susto que tomei ao ouvir “Little By Little” que, junto ao meu amigo Jessé, comentei claramente que se parecia com alguma coisa já produzida pelo mestre brasileiro Luiz Gonzaga. A música tem uma pegada orgânica, meio trovadora, parece vinda de portugal, quem caminha por uma estrada (e o Baião de certa forma, tem sua origem em portugal), O Luiz por sua vez, disseminou o ritmo e a originalidade, com bastante maestria, e isso é digno de ser comentado, porque o Radiohead, Björk, Madonna, e tantos outros artistas que não são brasileiros, consideram a  nossa música, como uma das melhores, se não a mais caprichada no mundo. É bom ver esse tipo de situação, espelhada em bandas que exalam qualidade. A segunda música que destaco do “Limbs…” é “Feral”: se fosse de qualquer outro artista, provavelmente estaria “fadado” ao fracasso. A música é uma junção de ritmos bem marcados, com algo que lembra bastante o disco de sobras de estúdio “Amnesiac” , outra Pérola dos caras. Por fim, a faixa mais bela do disco, se não, a melhor, “Separator”, que fui avisado pela minha amiga Jessy, que deveria ouvir. A música está entre as mais belas composições do Radiohead até hoje.

Karma Police, Creep, Videotape e High and Dry, tem uma nova irmã caçula que é bastante emotiva e visionária. Por hora, esses são os comentários sobre o disco “King of Limbs” do Radiohead, não falarei de Lotus Flower e seu video esquisito com coreografia conceitual (para não dizer improvisada – porque tudo o que o Radiohead lança desde o Ok Computer, é “culturalmente intencionado “- e eu sou fã da banda) porque não é minha favorita do disco, mas é boa. Por hora, é isso. Em breve, todas as continuações dos textos que só tiveram parte I, Abraços.

Lady Gaga e a Previsibilidade do Imprevisível POP – Parte I

Lady Stardust

Por volta de 2009, um amigo no msn me passa uma imagem, de uma até então desconhecida garota de nome “Lady Gaga”: a foto fazia alusão à uma outra imagem: David Bowie na fantástica fase Ziggy Stardust/Aladdin Sane. Um raio azul pintado em um dos olhos. Deixo claro de antemão que não sou fã da cantora, entretanto, em tempos de internet, é inevitável não acompanhar o trabalho de quem quer que seja (que está na mídia) com a quantidade de sites, inclusive o msn, que transmitem informações ou notícias sobre os artistas. Então, estou aqui para falar de um esquema muito antigo, comum, corriqueiro, previsível, mas não por isso, menos lucrativo, que responde pelo nome de reciclagem de referências ou uma simples alusão. Lady Gaga (agora sem aspas), certamente conseguiu ostentar o que muitos artistas querem, ou já conseguiram, neste patamar, está o Já citado Bowie, Grace Jones, Madonna, e o Rei do POP Michael Jackson: o grande criador disso tudo. Estamos em 2011, Madonna, apareceu evidentemente em 1984, em cima de um bolo de noiva, cantando Like a Virgin: um tabu social estava se transformando em fórmula comercial, ou seja, o conflito entre moral familiar (não falar de virgindade ou sexualidade feminina), somada à uma MTV precisando do público jovem: vale atentar que essa noção de emissora jovem, não existia na época em que Madonna explodiu, antes dela apenas Cher e Tina Turner eram os grandes ícones femininos que “depravariam” qualquer ambiente onde estivessem, e a identificação através da moda, penteado, eram mais comuns à cantores do que cantoras, e Madonna conseguiu gerar isso para si.

Hoje temos a Lady Gaga, fazendo exatamente o que Madonna planejou e diferente da Gaga, Madonna não tinha o mesmo preparo musical que Lady Gaga hoje parece ter (as apresentações da cantora sempre são acompanhadas de uma grande banda, excelente produção visual e de marketing, e uma boa formação técnica – toca piano muito bem). Formada em belas artes em Nova York, Gaga conhece o território onde está pisando, deixando para trás o passado de compositora para tomar à frente do conflito que quero discutir na continuação desse texto: mercado x arte. Como apontado, os grandes artistas da música POP, estabeleceram no contexto das suas músicas, videos, turnês e outras manifestações, o simbolismo de “ícone” (espaço que com dois discos, Lady Gaga, com muito trabalho, também conseguiu agarrar), que também é uma imagem garantida pela ideia de transmitir através da música o “cinema” ou qualquer alusão geral às artes: “Thriller”, famoso Videoclipe de Michael Jackson é o melhor exemplo disso: um curta-metragem, com uma história dentro da estória, que lembra bastante o trabalho do cineasta Dario Argento no seu filme “Suspiria”. Lady Gaga por sua vez, através de “Bad Romance”, incorporou elementos de “2001 – Uma odisseia no Espaço” de Stanley Kubrick, com figurino arrojado do hoje falecido estilista Alexander Mcqueen (Grande parceiro da cantora Björk).

Momento em quê ocorre um dos poucos diálogos do filme 2001. Talvez, uma das interpretações que a cantora absorveu para suas músicas. Subjetividade (tema polêmico em filosofia), ou mera ilustração da cultura da imagem? (No quesito Lady gaga?).

Simplicar essas referências, apenas elucida o que um bom cantor pop necessita, somado à qualquer escândalo na mídia que este precisa criar: alguns afirmam que tais reproduções são fantásticas, simples e puramente, porque o que está sendo feito trata-se de “arte pura dentro da pop arte”, entretanto, podemos identificar como já afirmado, uma fórmula simples de mercado que não é vista por todos, mas que continua, “mascaradamente”, sendo bem utilizada.

Se por um lado Lady Gaga tem o excelente preparo que a cantora Madonna não teve no começo da sua carreira, Madonna carrega o mérito de ter transmitido um conceito muito semelhante ao de Michael Jackson com pioneirismo (não estou afirmando que Lady Gaga não carrega méritos, entretanto, comparando rapidamente numa pesquisa no Google o que ela faz, com o que já FOI FEITO por Grace Jones, descaracteriza o que muitos hoje apontam como “inovação” ou “vanguardismo”) que pode ser exemplificado por sua sagacidade e reinvenção constante na própria imagem.  O ponto favorável à visão da Gaga, é que possivelmente, sua maneira de trabalhar, mistura referências, fazendo uma grande reciclagem, o que é impactante para uma geração que necessita de imagens em corte rápidos, frames e não mais que acesso, entretanto, essas referências que sofrem “mutação” por parte da cantora, são antigas, ainda que ela seja a responsável por “mudar” o contexto.

 Levando em conta, a confusão causada pelo conflito arte e mercado, e pela reprodução de um artista que hoje utiliza a internet, podemos questionar, em qual patamar ou meio, a criatividade pode ser identificada nesse contexto? Ou até que ponto, esse tipo de manifestação, “realmente”, apresenta-se como libertadora e não puramente comercial?

Obviamente que o amadurecimento do artista é apontado como tempo que este tem de carreira, entretanto, não posso concordar com isso, levando em consideração que o tempo em quê se passa na produção de uma “Obra” ou de um simples produto, hoje, é muito bem acompanhado na maior parte dos casos, por uma equipe que conhece táticas, imagens e produtos que devem ser (re)transmitidos pela massificação. E esse conflito, bastante antigo e que ganhou força principalmente no final da segunda guerra mundial, parece, por um lado, descaracterizar a propriedade artística de uma manifestação/obra; Por outro lado, muitas obras de arte (conceito subjetivo que cada um pode entender como bem cabe a si), ganharam ou garantiram desde o seu lançamento/exposição, uma grande demanda de pedidos, não porque são descartáveis, entretanto, por que quebraram a barreira da simples “popularidade”, para atingir o que se chama “Inconsciente Coletivo”.

O problema em Lady Gaga  desde o seu lançamento, responde pela não identificação de um público acima dos  40 anos: esta faixa de idade (ao menos tomo como exemplo meus pais) assimila às suas músicas e suas aparições, não pela qualidade, mas pela capacidade de exposição: e a MTV, que uma vez, precisou de um escândalo com a Madonna, hoje, necessita de um escândalo com a Lady Gaga – eu posso ser hoje o cara “chato” que não gosta da cantora e que lá na frente poderá ser visto, obrigatoriamente, como uma pessoa que duvidou da sua durabilidade no mercado. Hoje, acompanho atento o que a cantora faz, e devo questionar a partir desse olhar “apontado como inovador” cada movimento, pois é isso que serve de base para tirar conclusões: o impacto, o choque com aquilo que é estranho, independente das questões envolvidas nos bastidores, é isso que fortalece qualquer debate. À frente, a segunda parte deste texto, contemplando a nova etapa da Cantora, Born This Way.

Editado em 23 de Maio de 2011!

“Maiores” Séries Infanto-Juvenis dos Anos 2000! Parte I

Fazendo um breve balanço sobre as séries que mais abalaram a literatura e o mercado editorial nos últimos 10 anos, mostrarei nessa breve lista, excelentes livros (alguns nem tanto assim), que, apesar das ressalvas ou exceções, caracterizam essa década como uma retomada na leitura, principalmente do público jovem. É importante, caracterizar, apesar disso, que o valor ou o estímulo à leitura vêm em primeiro lugar, e também bem antes de qualquer crítica que justifique Machado de Assis ou James Joyce como autores mais importantes do que os que serão citados. É óbvio que não cabe fazer sequer comparações em relação aos autores propostos no texto, porém, cada um a sua maneira, merece um cantinho especial na prateleira, no e-Reader, ou em qualquer lugar, desde que a leitura (desde cedo), aconteça. Boa leitura e boa diversão.

Décimo: Artemis Fowl: O Menino Prodígio do Crime.

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“Escrito por Eoin Colfer A história conta a vida de Artemis Fowl, um garoto de 12 anos, único herdeiro da família Fowl, que tem o maior Q.I. da Europa e uma frieza perceptível. Ele usa essa inteligência fora do comum para fins muito pouco nobres”. Fonte –Wikipedia.

Curiosidade: A Série foi apontada como uma das que mais tinha chance de retirar Harry Potter do foco da grande mídia, entretanto 13 anos após o Lançamento de “Pedra Filosofal”, nenhuma série, exceto Crepúsculo, foi tão bem sucedida comercialmente quanto a saga do Jovem Bruxo.

Nono: A Mediadora.

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Meggin Patricia Cabot, mais conhecida pela abreviação Meg Cabot, Patricia Cabot ou pelo seu pseudônimo de Jenny Carroll, é autora da série de Livros ‘A Mediadora’ que Conta a história de Suzannah Simon, uma garota de aproximadamente 16 anos. Suze é uma mediadora, cujo papel é ajudar os fantasmas a atingirem seus objetivos, e assim poderem passar para a pós-vida”.  Fonte – Wikipedia.

Curiosidade: A autora afirmou ser fã de Clarisse Lispector na Bienal de SP em 2009, porém, antes de ter vindo ao Brasil, em uma entrevista para a Livraria Cultura, foi questionada sobre algum autor brasileiro favorito, ela, apenas falou que um amigo dela e uma amiga tinha familiaridades com o Brasil, porque viveram aqui, mas, o autor, exatamente, ela sequer citou. Interessante, porque geralmente, somos vistos como ignorantes no exterior, porém, só mostra o quanto estamos à frente em relação a boa parte dos países com índices sociais melhores que os nossos, e em relação a conhecer a cultura dos outros.

Oitavo: Eragon.

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Eragon, é uma história escrita por Christopher Paolini, autor nascido nos Estados Unidos da América. Trata-se do primeiro livro do Ciclo da Herança, anteriormente conhecido como Trilogia da Herança. Obviamente, com o apelo comercial da série, ganhou uma adaptação para o cinema, porém, como já é de costume na Fox, não deu certo e foi bastante “pífio” em comparação ao livro, que resumo bem como divertido, nada mais.

Curisiodade: O Autor começou a série quando tinha apenas 15 anos, seus pais o ajudaram na publicação do primeiro esboço, com orçamento próprio, chamou a atenção de alguns editores pelo volume de cada livro apresentado e como foram publicados. A grande inspiração do autor é a série “Star Wars”, onde homenageou Darth Vader com o termo “Varden”.

Sétimo: Túneis e Profundezas.

Túneis

Confesso que esta série eu não conheço tão bem, mascho a trama absolutamente fantástica e bem interessante.

Will é um garoto de 14 anos cuja única ligação com seu excêntrico pai é a paixão pela arqueologia. Ele passa a maior parte do seu tempo livre cavando buracos nos arredores do terreno de sua casa para realizar descobertas científicas, fugir da pressão da escola e da mesmice da família. Um dia, seu pai desaparece misteriosamente por um túnel que Will não conhecia, e o garoto começa a cavar, literalmente, a verdade por trás do sumiço do pai. Este é o mote de Túneis, sucesso na Europa e nos EUA que a Rocco traz agora para o Brasil. Escrito pela dupla Roderick Gordon e Brian Williams, o livro tem adaptação garantida para o cinema e já foi vendido para 35 países. Túneis é a aposta do agente literário Barry Cunningham, responsável, no fim da década de 1990, por descobrir Harry Potter e sua então desconhecida criadora, J. K. Rowling. É com essa premissa não “aborrecente” que a série começa a ganhar ares e fama, até que algum estúdio compre os direitos de adaptação.